sábado, 9 de outubro de 2010

CRE-SER - POEMA

A cada dia
choro:
morre um pouco
do não-eu
para revelar
o que realmente
sou.

I

Como um pote
quebrando-se
aos poucos
não contém água.
Cacos...
para a descoberta da integralidade
ou rabisco
de meu pema vital,
de uma dor virtualmente
íntima...
frutos caindo
maduros
ca-indo
indo
..

II

Somente a dor
da solidão
libera o canto
original,
uma canção
de fazer dançar
cada átomo
cada fibra
de nosso corpo,
descobrir as dores quânticas
de pensamentos falíveis.

III
Somente a dor
de crescer
transformam as palavras
em caminhos,

os olhos
em contemplação,

as mãos
em amizade,

o coração
em morada digna
de alguém
que quer cre-ser.

IV

Somente a dor
de cre-ser
nos faz conquistar
a paz miocárdica
e a serenidade exterior.

V

Somente a dor
de florescer
nos faz descobrir
o falso espelho
que reflete
uma sombra.

VI

somente a dor
de cre-ser
nos faz perceber
que a maturidade
é uma correnteza
initerrupta,
depois da fonte.

VII
somente a dor de crê-ser
nos faz perceber
os duros golpes do formão,
lascas encobrindo
a forma
informe
da escultura primeira

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